A prefeita de São João da Barra, Carla Machado, se envolveu novamente em uma polêmica relacionada à vacinação contra a Covid-19. Durante uma live na noite dessa quarta-feira (19), ela levantou desconfiança com relação à vacina contra o coronavírus e desaconselhou as mães de crianças de 5 a 11 anos a vacinarem os filhos. No início deste mês, Carla foi impedida de entrar em uma emissora de TV após informar que não havia se vacinado contra a Covid-19.
Carla contou que se tivesse um filho nesta idade, não o vacinaria. “Agora começa a vacinação das crianças. Eu vou pedir às mães, olha a bula. Olha direitinho a bula. Se eu tivesse filho, eu não vacinaria”, afirmou a prefeita, completando que não acredita que o tempo em que a vacina foi produzida tenha sido suficiente para que ela tivesse os efeitos colaterais comprovados.
A prefeita ainda afirmou que a Secretaria de Saúde do município vai disponibilizar um remédio fitoterápico para auxiliar na imunidade das crianças. Especialistas da comunidade científica discordam de Carla e pedem que os pais vacinem as crianças, já que remédios fitoterápicos não têm a mesma eficácia que a vacina na imunização. No site do Instituto Butantan é possível encontrar respostas para as principais dúvidas dos pais e responsáveis sobre a vacinação contra a Covid-19 em crianças. “Um dos principais motivos para enfim iniciarmos a vacinação de crianças contra Covid-19 no Brasil é impedir casos graves e mortes nesse público e novas ondas de transmissões, sobretudo pelo surgimento de variantes descrevem a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI-Covid) emitida pela Secovid e assinada por mais de 11 entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Imunizações e Sociedade Brasileira de Infectologia, além de institutos de pesquisa como o Butantan”, disse em uma das respostas.
Assim como a vacinação para adultos, a vacinação de crianças contra a Covid foi autorizada pela aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo informações do Sivep-Gripe, plataforma do Ministério da Saúde, em 2020 os casos registrados entre as crianças de cinco a 11 anos, foram 2.978 casos de SRAG por Covid-19, resultando em 156 mortes. E em 2021, já foram registrados 3.185 casos nessa faixa etária, com 145 mortes, totalizando 6.163 casos e 301 mortes desde o início da epidemia. Esses números representam uma incidência de 29,96 casos e 1,46 óbito a cada 100 mil habitantes nessa faixa etária, segundo o Sivep-Gripe.
Ainda segundo especialistas, este número tende a crescer se a vacinação não ocorrer de forma rápida, antes mesmo da retomada das aulas presenciais, já que a variante ômicron é altamente contagiosa e tem feito com que os casos aumentem consideravelmente desde o final de 2021.