A dengue é uma doença infecciosa aguda, uma arbovirose transmitida ao homem através da picada do mosquito Aedes aegypti. Em Campos, dos quatro sorotipos existentes, o tipo 2 é o principal em circulação, há pelo menos dois anos, causando quadros de sinusites, lesão pleural e abdominal (ascite), com evolução para choque séptico. O subsecretário de Vigilância em Saúde, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, o infectologista Charbell Kury, esclareceu algumas informações falsas sobre o Aedes e confirmou o que é verdade a respeito do mosquito.
Segundo o médico, quem tem dengue mais de uma vez não necessariamente terá mais chances de contrair as formas graves da doença. Ele explica que, pacientes podem desenvolver quadros de maior gravidade já na primeira vez ou ter sintomas mais leves na segunda, ou terceira reinfecção. “Isso depende de várias variáveis, como o sorotipo da dengue e fatores do hospedeiro”, acrescentou.
O especialista pontuou outras situações como a de que crianças e idosos são mais susceptíveis a contraírem a doença. Isso porque, segundo Kury, as crianças têm um sistema imune ainda imaturo e pouco testado para o vírus da dengue e os idosos, pelo fenômeno da imunossenescência, que “envelhece” os anticorpos, destreinando a imunidade.
Charbell destaca, ainda, outras verdades em relação ao mosquito, como as velas de citronela e a preferência do Aedes aegypti pelas extremidades inferiores, como pernas e pés. “A vela de citronela afasta o mosquito, mas é limitado. O produto tem poder repelente e deve ser usado em combinação com outros repelentes na pele. O mosquito gosta de picar sim, pernas e pés, mas, também, é oportunista, ou seja, sempre pica onde é conveniente no momento”, apontou o médico, observando que, o cloro que é jogado nos ralos das casas é eficaz contra as larvas da dengue, mas é limitado em 8h, já que o produto evapora. “Nesse caso, o ideal é usar todos os dias”.
Quanto aos mitos, o subsecretário de Vigilância em Saúde reforçou que não há comprovação científica em relação à borra de café na terra das plantas e para tomar vitamina do complexo B. Além disso, Kury revelou que é um mito afirmar que vasilhas de água para cães e gatos não têm perigo de ser reservatório para dengue. “Os potes dos animais podem sim, ser criadouro para o mosquito se não forem trocados após 3 dias”, finalizou.