A primeira lavoura de café conilon dos últimos anos está localizada em terras campistas, no distrito de Morangaba, em Campos. Deilton Terra, 71 anos, há dois anos plantou 3.400 pés de café e a safra, prevista para esse mês, promete bons frutos. A união de instituições para dar apoio técnico e informação, vem mudando o comportamento na área agrícola e, neste caso, o cafeicultor conta com a Prefeitura de Campos, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Sindicato Rural de Campos.
Deilton é o único cafeicultor nos últimos 10 anos no município e sua história se confunde com outras tantas quando se fala de pequenos agricultores. Seu sítio no assentamento Santo Amaro tem cerca de 10 hectares. Há 20 anos no local, o sustento da família sempre veio das roças de banana, feijão, milho, dentre outras culturas, além da pequena criação de animais. Hoje o café é sua grande aposta e o agricultor tem orgulho de dizer que fez boa parte do plantio sozinho. “Eu só botei gente para me ajudar a covar, porque é mais trabalhoso. Eu limpo, cuido e faço os ajustes na lavoura. Sou exemplo e espero que tenhamos muitos outros para me acompanhar”, explica o cafeicultor.
De acordo com Deilton, a primeira safra sempre é menor, mas a expectativa é que a próxima seja três vezes maior. “O agrônomo me disse que a partir da segunda colheita vai dar 80 sacas. Eu estou acreditando, porque começou a florescer. Meu intuito é plantar mais, fazer com que os outros em volta tenham ambição de plantar também, porque vai evoluindo a região”, acrescenta.
O estado do Rio tem cerca de sete mil agricultores e, nos últimos anos, está se recuperando do deficit agrícola. A união de instituições para dar apoio técnico e informação, principalmente pesquisas em universidades, vem mudando o comportamento na área agrícola. Deilton entrou com a disposição, mas o apoio técnico e a orientação adequada fizeram a diferença.