“A elevação no preço do barril do petróleo, em consequência da guerra na Ucrânia, vai resultar positiva e negativamente para os municípios petrorrentistas, porque toda questão que envolve alterações no valor do barril no mercado internacional, representa via de mão dupla, aumentando o repasse dos royalties e, também. as despesas públicas”.
A análise é do Prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, que torce pela estabilidade do preço do barril que já supera a casa dos US$ 130, fato que implica em inflação e aumento no custeio.
O prefeito de Campos e o Secretário Municipal de Petróleo, Energia e Inovação, Marcelo Neves, acompanham com atenção as medidas no âmbito internacional para tentar minimizar o impacto comercial às restrições impostas ao petróleo da Rússia. A preocupação das autoridades é com o aumento da inflação que afeta a vida das pessoas e com as contas públicas, porque a inflação eleva, também, as despesas com o custeio da máquina pública.
“Com a elevação do preço do petróleo, teremos elevação no valor dos royalties no mês de competência, março, que será repassado às Prefeituras em maio, mas haverá elevação no custeio, com impacto negativo nas contas públicas com as despesas de combustíveis, pneus e inúmeros produtos derivados do petróleo, como os itens de plástico. Mas, vale salientar, que o valor dos royalties tem ainda outros componentes, que são a cotação do dólar que está em queda e o volume de produção de petróleo, que está estável”, ressalva o Prefeito Wladimir, que se posiciona como Presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro).
Marcelo Neves, que também é o Secretário Executivo da Ompetro, informa que ele e o prefeito acompanham com expectativa a tentativa dos governos norte americano e de alguns países da Europa para minimizar o impacto da elevação do preço do petróleo na economia mundial.
“Neste sentido, alguns países como os Estados Unidos e países da Europa, já iniciaram conversas com a Arábia Saudita e com a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP). Os sauditas já acordaram em elevar a produção com mais 400 mil barris dia”, considera Marcelo, que acrescenta:
“Há também entendimento dos Estados Unidos, inclusive, com a Venezuela, para aumentar a produção de petróleo e compensar a defasagem da oferta devido às restrições ao petróleo russo. Os Estados Unidos até já propõem flexibilizar as sanções que, há décadas, são impostas à Venezuela para permitir a entrada de mais um volume do petróleo venezuelano na América e na Europa, de forma a conter a disparada da cotação do barril”, detalha Marcelo Neves, professor universitário na cadeira de Petróleo e Energia.