Quatro artistas negros de Campos dos Goytacazes participam de um projeto inédito, por meio da Lei Paulo Gustavo. A partir de uma exposição coletiva, os artistas campistas apresentam obras que provocam o público a refletir sobre como as pessoas negras são retratadas na arte. O lançamento da exposição vai acontecer no dia 20 de abril e segue até dia 1º de junho. A entrada é gratuita.
No total, são 21 obras e uma instalação concebidas pelos artistas visuais: Matheus Crespo, Agnis Nogueira, Pablo Malafaia e Kellem Monteiro. A mostra apresenta uma multiplicidade dos trabalhos artísticos, com diversas técnicas, estéticas e narrativas.
Matheus lança uma instalação que apresenta as raízes como forma de tecnologia de comunicação, conexão e transmissão, trazendo contrapontos entre o humano e a natureza. Kellem apresenta uma coletânea de obras criadas a partir de fotografias, retratando familiares e pessoas comuns do seu bairro, como obras de arte. Agnis exibe pinturas que simbolizam práticas ancestrais através de uma uma abordagem moderna, inspiradas na estética afrofuturista. Já Pablo expõe pinturas marcantes de pessoas do cotidiano, através de técnicas mistas como stencil, tinta acrílica, spray, além de diferentes cores e formas.
“Nuances apresenta a potência dos artistas, que colocam as pessoas negras em um lugar de destaque, valor, dignidade e beleza”, destaca Matheus Crespo, que além de artista expositor é o curador da exposição.
O que embasa todo o processo artístico da mostra é a busca por uma conexão ancestral, que sirva de cura para as mazelas provocadas pelo racismo. “Nós artistas negros estamos sempre em busca de encontrar formas de expressar essa conexão”, complementa Matheus.
As visitas para a exposição Nuances são abertas ao público de quarta a sexta-feira, das 10h às 17h, e aos sábados das 14h às 19h. A mostra fica localizada no Ateliê Matheus Crespo, na Rua Barão da Lagoa Dourada, 212, no Centro.
Projeto leva arte para escola
O projeto também cumpre uma função social ao levar oficinas gratuitas para alunos da Escola Estadual Liceu de Humanidade de Campos, com o intuito de tornar a arte acessível a todas as pessoas.
“Quando nós levamos o artista à escola e ainda reforçamos que esse artista é de Campos, estamos mostrando para aquelas crianças e adolescentes que é possível compreender o campo das artes como uma profissão. Além disso, nós temos a oportunidade de criar essa aproximação, porque, geralmente, a desigualdade social não permite que essas crianças acessem esses lugares”, ressaltou a gestora do projeto, Anna Franthesca.