Preços de produtos juninos aumentam mais do que o dobro da inflação acumulada em 12 meses

Após dois anos de espera, em meio às confraternizações tímidas por conta da pandemia, o retorno do tão esperado São João — que é uma das celebrações mais populares do país — ainda será de restrições, mas, dessa vez, por conta dos preços. Os pratos típicos das festas juninas subiram mais do que a média da inflação deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Com o orçamento cada vez mais apertado, os ingredientes para fazer as bebidas e os quitutes típicos da época aumentaram 13,12% nos últimos 12 meses encerrados em maio, enquanto a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Getulio Vargas (FGV), ficou em 12.27% no mesmo período.

Se antes era possível comprar um saco de milho por R$ 35, agora, é preciso preparar o bolso para um gasto de quase R$ 70. Um levantamento feito pelo economista da FGV, Matheus Peçanha, aponta os alimentos que devem pesar mais no orçamento familiar e quais serão mais substituídos nesta época do ano, como milho e amendoim, além dos produtos de hortifruti.

Para o especialista, o cenário econômico ainda é de incertezas, já que, segundo ele, saímos de uma restrição sanitária para entrarmos numa orçamentária.

— O Brasil tem vivido choques climáticos sucessivos praticamente desde 2020. Nesse último choque, chuvas torrenciais nos meses de verão impactaram quase todas as culturas de hortifrutis. Por isso, vimos uma escalada de preços absurda nos últimos quatro ou cinco meses de itens tão básicos como o tomate e a cenoura, que foram os protagonistas desse período, mas também de itens importantes dessa lista como a batata, a couve e a maçã — aponta o economista da FGV/IBRE.

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