27 de julho de 2024 01:22
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Miss relata alívio após sofrer com a ‘Doença do Silicone’ em SP: ‘assustador’

“Todos os médicos tentavam achar uma solução para o que eu tinha, mas não achavam. Foi assustador”. O relato é de Giovanna Coltro, de 24 anos, que é dentista e Miss Baixada Santista em 2022. A jovem sofreu da ‘Doença do Silicone’, após implantar próteses mamárias, e confessa se sentir uma pessoa muito mais feliz, autêntica e saudável com a retirada do silicone.

Giovanna relembra que começou a desejar se encaixar em um padrão de beleza ainda criança, influenciada pelas figuras femininas que assistia em desenhos e novelas. “Sempre foi uma questão pessoal, mas não foi algo meu. Foi por conta de uma pressão externa que a gente vive diariamente”, explica.

Aos 18, a jovem pediu um implante de silicone ao pai. A família achou melhor esperar um pouco, e ela realizou o então sonhado procedimento no dia 2 de julho de 2018, aos 21 anos. “Fiz por autoestima. Achava que era menos mulher do que gostariam que eu fosse”, conta.

“Quando coloquei silicone, era exatamente o padrão que queriam: loira do cabelo liso, ‘peitão’, cinturinha e quadril. E mesmo assim, nunca estava bom”, afirma.

A miss comenta que, no primeiro momento, ficou satisfeita com o resultado. Mas, não demorou muito para os problemas aparecerem. Um incômodo persistente, fadiga e cansaço foram os primeiros sintomas da ‘Doença do Silicone’ que a jovem sentiu. Em pouco tempo, eles aumentaram e se intensificaram, a ponto de atrapalhar não apenas sua vida social, mas a profissional, já que, na época, ela estudava e trabalhava.

“Estava sempre me sentindo doente, cansada, exausta. Dormia mal, tinha sudorese noturna, dor no corpo, dor nas mãos e tremor. Sentia muito frio e precisava usar seis blusas em dias com temperaturas amenas para conseguir sair. Meu cabelo caía de encher a mão, e o rosto, bochecha, olhos e nariz incharam. Não tinha forças para nada. Foi assustador”, desabafa.

Busca pelo diagnóstico

Conforme relata, a jovem buscou atendimento médico, mas os profissionais que a atenderam inicialmente não conseguiam diagnosticar o que ela tinha. “Diziam ser ‘coisa da minha cabeça'”, conta. Giovanna ainda lembra que também passou em consultas com especialistas como psiquiatra, psicólogo, reumatologista e dermatologista, e que nenhum diagnóstico plausível para todos os seus sintomas era encontrado.

Frustrada e sofrendo com dores, a jovem tomou conhecimento da ‘Doença do Silicone’ enquanto pesquisava na internet. Depois disso, buscou o cirurgião plástico que realizou seu implante. Vendo os sintomas dela, ele marcou a remoção das próteses para a mesma semana. Assim, pouco mais de três anos após a cirurgia, a jovem teve as próteses retiradas, no dia 3 de outubro de 2021.

Aliviada e sentindo um bem-estar que mal lembrava como era, a miss revela que decidiu optar por ser feliz, e não por se moldar aos padrões de beleza. Dessa forma, após o explante mamário, ela cortou o cabelo curto. “Resolvi ser a pessoa que eu sempre quis ser”.

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