Apape completa 24 anos realizando ações para pessoas com deficiência em Campos

Com a oferta de serviços de proteção social especial para pessoas com deficiência e suas famílias, a Associação de Pais de Pessoas Especiais (Apape) está há 24 anos realizando atendimento no município de Campos. No âmbito da neurodiversidade, são atendidos cerca de 160 usuários com deficiência, entre meninos e meninas. Por meio de termo de parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano, a Apape é uma das seis Organizações da Sociedade Civil (OSCs) conveniadas à Prefeitura que prestam serviços socioassistenciais à população.

No dia a dia da Apape são ministradas oficinas coletivas psicomotoras, arte, música e dança, no sentido de promover a evolução e independência. Todo o trabalho é acompanhado por uma equipe transdisciplinar, que inclui terapeutas, pedagogos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, médicos e neuropsicólogos.

À frente da presidência da instituição há 13 anos, Naira Peçanha reforça a importância de uma equipe completa para o desenvolvimento das crianças atendidas. “Eu sou mãe atípica e minha filha é muito bem cuidada nessa casa. Dentro de todas as atividades, nossa equipe está presente na vida de cada criança, possibilitando transformação de vida. Com as famílias, a nossa equipe trabalha no enfrentamento das barreiras, principalmente dentro de uma sociedade que ainda é muito excludente”, explicou.

Além dos atendimentos voltados aos usuários, a Apape disponibiliza serviços para os pais e responsáveis. Maria Pereira é mãe de um casal, uma menina de 14 anos com síndrome de Down, e um menino de três anos que está em investigação para TDAH. Para ela, que vê uma evolução muito grande dos filhos, a instituição é uma segunda casa. Além de levar as crianças para as atividades, ela participa de aulas de ginástica na sede da entidade.

“Ser mãe já é uma tarefa bem difícil. Ser mãe atípica de duas crianças, já é bem complicado. A gente precisa se cuidar, porque a gente precisa estar bem para cuidar dos nossos filhos. A Apape é a nossa segunda casa. A minha filha teve um avanço muito grande a partir dos atendimentos, avaliações e atividades da Apape. Ela é bem sociável e compreendida hoje em dia, com uma comunicação bem avançada. O meu menino de três anos e eu já vejo uma evolução no caso”, disse a mãe.

Andrea da Silva, mãe do Nicolas de 17 anos, também vê uma grande evolução do filho depois que ele iniciou os atendimentos na Apape. “A gente sabe que o autista tem muitas dificuldades. A minha maior queixa era em relação à fala, mas hoje em dia a fala e a comunicação dele melhoraram muito”, disse a Andréa.

Os jovens Erick Mendes, 19 anos, e Rafael Cabral, 14 anos, são usuários da Apape e participam das atividades, principalmente as que envolvem o esporte. A partir das aulas, eles notam que conseguiram desenvolver suas habilidades físicas e mentais. “No começo eu estava com muitas dificuldades sociais, mas consegui me adaptar. Eu faço aula de musicoterapia, futebol, mas gosto muito mesmo da aula de jiu-jitsu. Hoje eu me vejo trabalhando com informática quando eu me formar na escola”, disse Rafael. “As minhas atitudes no ensino médio melhoraram muito depois que entrei aqui. Estou aqui há sete anos e minha vida mudou, eu consigo ver que desenvolvi a ponto de conseguir arrumar emprego”, disse o Erick.

Mãe do Mateus, 13 anos, atendido na Apape há nove meses, Shirley diz que o tratamento oferecido na instituição permitiu que o filho desenvolvesse a autonomia. Com a Apape, o Mateus foi medalhista de bocha na Olimped, que é a Olimpíada da Pessoa com Deficiência. “No começo, quando ele entrou, ele não verbalizava. No decorrer do tempo avançou bastante. Hoje ele conversa na escola e faz as suas atividades. A evolução foi muito boa. Ele já participou de competições esportivas e eu fico muito feliz por isso, porque quero que ele viva o mundo”, disse a mãe Shirley Oliveira.

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