Após cabeçada de técnico campista, assistente lamenta caso e pede punição: “Não pode virar rotina”

Um dia após sofrer uma agressão do campista Rafael Soriano, agora ex-técnico da Desportiva Ferroviária, a assistente Marcielly Netto, do quadro da CBF, lamentou o episódio e pediu punição para o agressor. O caso aconteceu no último domingo, no intervalo do jogo entre Nova Venécia e Desportiva Ferroviária, pelas quartas do Campeonato Capixaba 2022.

Marcielly registrou boletim de ocorrência após a partida e, na manhã desta segunda-feira, realizou exame de corpo de delito. Soriano foi suspenso preventivamente pelo Tribunal de Justiça de Desportiva do Espírito Santo (TJD-ES) por 30 dias.

– O dia de hoje foi um pouco atípico, não esperava essa repercussão toda, mas que isso sirva pra nos dar voz para falar sobre esse assunto. Nós já somos minoria, tanto árbitras como jogadoras, torcedoras. Que isso não vire rotina. Não pode virar rotina – disse Marcielly ao Jornal Nacional.

Após o apito final do primeiro tempo, uma confusão se formou no meio de campo do estádio Zenor Pedrosa e o trio de arbitragem foi cercado por jogadores e membros da comissão técnica da Locomotiva.

No meio da discussão, Soriano recebeu um cartão amarelo por reclamação. O treinador grená seguiu exaltado e discutindo com Marcielly. Na sequência, o técnico deu uma cabeçada na assistente e o lance foi registrado pela transmissão da TV Educativa, do Governo do ES. No mesmo momento, Soriano foi expulso pelo árbitro Arhtur Rabello e, na saída de campo, ainda ameaçou a assistente.

– Se você disser que eu te agredi, a gente vai para a delegacia. A gente vai fazer corpo de delito. Se não, eu vou te processar, vou te processar. Ela está dizendo que eu agredi. Mentira. Está se usando porque é mulher. Está querendo aproveitar de uma situação porque é mulher. Gonzalo (Latorre) foi encurralado, ela empurrou os jogadores e agora ela quer dizer que foi agredida. Mentira – declarou o treinador, em entrevista à TV Educativa.

Marcielly afirmou que já passou por situações de machismo e assédio, mas que nunca tinha sido agredida fisicamente até então. A assistente reforçou que esses tipos de situação não podem ser toleradas e destacou que é essencial haver uma punição em casos como o do último domingo.

– Se não houver uma punição agora, vai mostrar que isso é rotineiro e que não tem punição. Nós precisamos que eles reajam a isso da melhor forma pra gente se resguardar também – finalizou.

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