O Dia Livre de Impostos será realizado na próxima quinta-feira (2) em todo o país. A ação é promovida pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e a Câmara de Dirigentes Lojistas Jovem (CDL Jovem) com o objetivo de conscientizar a população e o varejo sobre a alta carga tributária paga no Brasil.
A ideia da ação é materializar como os impostos representam grande parte do preço dos produtos, por isso, no Dia Livre de Impostos, os lojistas participantes vão comercializar suas mercadorias e serviços sem repassar o valor da tributação aos clientes. Em alguns casos, os descontos podem chegar a 70% do valor final do produto. “Queremos mostrar para a população como as taxas são abusivas. O impacto da pandemia na economia torna ainda mais urgente e necessário termos um sistema tributário menos oneroso e mais eficiente”, afirma o presidente da CNDL, José César da Costa. “Será cada vez mais difícil estimular o investimento e promover o crescimento econômico sem fazer avançar a agenda da Reforma Tributária”, acrescenta.
O Brasil ocupa a segunda posição do ranking de países que mais tributam as empresas, atrás apenas de Malta, de acordo com estudo da plataforma CupomVálido, com base em dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Divulgado este mês, o levantamento aponta que os empreendimentos brasileiros pagam, em média, uma alíquota de imposto de 34%. O percentual é 70% maior que a média mundial e somente 1 ponto percentual menor que o de Malta (35%). O cálculo leva em conta a cobrança de dois impostos sobre as empresas no Brasil: o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (25%) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (9%).
Entre as 111 nações pesquisadas, a taxa média de tributação das empresas é de 20% e somente 18 países cobram alíquota acima de 30%. As taxas brasileiras são maiores do que as cobradas em países desenvolvidos, como Reino Unido (19%), Estados Unidos (25%), Canadá (27%) e Japão (30%). “Além da alta carga tributária, tem a questão burocrática, que demanda um esforço enorme das empresas brasileiras e atrapalha o ambiente de negócios do país, inclusive, inibindo investimentos”, alerta o coordenador nacional da CDL Jovem, Raphael Paganini.
Segundo o perito judicial e contador Roberto Folgueral, em 2017, só as obrigações acessórias consumiam, em média, cerca de 2 mil horas por ano de trabalho contábil nas empresas. Hoje, com o desenvolvimento tecnológico, consome cerca de 1,6 mil horas/ano.