7 de setembro de 2024 20:59
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Criança consegue comer pela primeira vez após cirurgia rara realizada em hospital de Campos

Foto de uma equipe médica realizando uma cirurgia - Divulgação

Na busca por melhorar a qualidade de vida de pacientes com necessidades especiais, foi realizada no início do mês um procedimento cirúrgico raro no centro cirúrgico do Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos, pela Residência em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (CTBMF) do Centro Universitário Fluminense (Uniflu).

No centro dessa conquista está um paciente do sexo masculino de 4 anos, portador de uma síndrome que resulta em macroglossia, ou seja, uma língua anormalmente grande, que afeta a deglutição, a fonética e até mesmo o simples ato de fechar a boca. Nessa quinta-feira (16), a criança, que está internada na Clínica Pediátrica da unidade, conseguiu se alimentar sozinha, após 10 dias da cirurgia. Para resolver esses desafios e restaurar a funcionalidade oral do paciente, foi realizada uma glossectomia parcial, um procedimento que envolve a redução da língua. Embora ele conseguisse se alimentar antes da cirurgia, a macroglossia tornava esse processo difícil e prejudicava sua qualidade de vida. Após a operação, ele passou 10 dias sendo alimentado por sonda e foi recentemente liberado para comer alimentos pastosos.

Essa intervenção não apenas visa corrigir as dificuldades físicas, mas também tem como objetivo melhorar o convívio social do paciente, já que as limitações anteriores afetavam sua capacidade de mastigar, falar e interagir com os outros. A cirurgia é delicada, exige necessidades e cuidados muito específicos para preservar as papilas do paladar do paciente. O procedimento foi um sucesso e durou uma hora e meia.

MAIS QUALIDADE DE VIDA

O cirurgião buco-maxilo-facial da Fundação Municipal de Saúde Luiz Rodrigo Lopes, que liderou a equipe responsável pela cirurgia, destacou a importância desse procedimento para o bem-estar do paciente. “A glossectomia parcial é uma solução vital para pessoas que enfrentam desafios diários devido à macroglossia. O intuito é proporcionar uma melhor qualidade de vida a esses pacientes, permitindo que eles desfrutem plenamente das atividades cotidianas”, explicou.

“A partir do momento em que se corrige os problemas, a criança se desenvolve melhor, alimenta-se de forma adequada e também desenvolve de maneira correta a arcada dentária”, informou o superintendente do HFM, Arthur Borges.

A avó da criança, Michele Barbosa, relatou a jornada de 4 anos até a cirurgia. “Ver o meu neto passar por tantas provações desde o seu nascimento foi uma jornada de emoções. Ele lutou bravamente contra o câncer nos rins e, graças a Deus, foi curado. E agora, testemunhar sua jornada até a cirurgia de redução da língua é um misto de alívio e gratidão. O médico, que acompanhou ele desde o início, e toda a equipe do hospital foram verdadeiros anjos em nossa vida. Ver ele comendo após a cirurgia é uma vitória que enche meu coração de alegria. Não há palavras para expressar a gratidão que sinto. Só posso dizer que estou imensamente feliz e grata”, comentou emocionada.

Além do Luiz Rodrigo Lopes, a equipe cirúrgica contou com a participação dos cirurgiões dentistas Thessio Vago, co-coordenador do curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do UNIFLU, e André Baars, professor do curso, além dos residentes Lorena, Marcos Vinicius e Ana Beatriz.


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