Nos últimos dias, notícias sobre ataques de animais em Campos e região, têm chamado atenção e reacenderam a importância de um tema muitas vezes subestimado, o cuidado após mordeduras, especialmente cães e gatos. Além dos ferimentos visíveis, há um risco grave que não pode ser ignorado: o da raiva, doença viral com alta taxa de letalidade em humanos. Vale lembrar que no início de outubro, um bebê morreu ao ser atacado por um cachorro da raça pitbull.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do hospital, Christiane Ramos, cada caso é avaliado individualmente, conforme o tipo de exposição e as condições do animal agressor. “Quando há um acidente com cão ou gato, o paciente deve procurar o Ferreira Machado, que é referência para esse tipo de atendimento. Aqui é feita uma avaliação criteriosa do quadro clínico, e só então é definida a necessidade de vacina ou soro antirrábico. Nem todos os casos exigem o uso do soro, alguns requerem apenas observação do animal por dez dias, enquanto outros demandam apenas a vacinação”, explicou.
Christiane ressalta que o tratamento segue protocolos do Ministério da Saúde, e que o soro antirrábico deve ser aplicado exclusivamente em ambiente hospitalar. Já a vacina é administrada pela Secretaria Municipal de Saúde, no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), mediante encaminhamento do HFM.
“O objetivo da profilaxia é evitar o adoecimento pela raiva, uma doença extremamente grave e com alta letalidade. Por isso, é essencial seguir as orientações médicas e completar o esquema vacinal”, reforçou.
A técnica de enfermagem do HFM Jozenir Pinto também alertou sobre a importância de concluir o tratamento após o início da vacinação. “É importante que o paciente compareça em todas as etapas. O esquema vacinal é composto por quatro doses aplicadas em dias diferentes, com intervalos já programados. A gente observa que alguns tomam apenas uma dose e não retornam, o que é muito ruim. Para garantir a proteção completa, é preciso seguir o esquema corretamente”, destacou.
O diretor clínico, Hugo Calomeni, também chama atenção para os cuidados imediatos após uma mordedura. “Lavar o local somente com água e sabão é importante, mas não substitui o atendimento médico. Somente o profissional de saúde pode avaliar o risco e indicar a conduta correta. É isso que realmente protege”, alertou.
Por fim, os profissionais reforçam que o cuidado começa dentro de casa. Ter atenção com o comportamento de cães e gatos, manter a vacinação em dia e evitar situações de risco são atitudes fundamentais para prevenir acidentes e proteger a saúde tanto dos animais quanto das pessoas.








