HIV: Justiça decreta prisão de envolvidos no caso de órgãos infectados
A 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, no estado do Rio, decretou a prisão preventiva de seis pessoas, entre sócios e funcionários do laboratório PCS Labs Saleme. Elas são acusadas de ter responsabilidade pelos exames laboratoriais equivocados que resultaram na liberação, para transplante, de órgãos infectados com o vírus HIV. Entre os alvos dos mandados de prisão estão dois sócios do laboratório, Walter Vieira, que já estava preso, e seu filho Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira. Matheus se apresentou espontaneamente à polícia nesta quarta-feira (23), segundo o advogado Afonso Destri. “A decisão é absolutamente ilegal e constitui clara antecipação de pena, sem processo, sem julgamento. A decisão não traz qualquer fato concreto que autorize a prisão preventiva. Matheus sempre colaborou com as investigações, tanto que sequer foi alvo de prisão temporária. Impetraremos habeas corpus contra essa ilegalidade”, disse o advogado. Também foram decretadas as prisões dos funcionários do laboratório Adriana Vargas dos Anjos, Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Ivanilson Fernandes dos Santos e Cleber de Oliveira Santos, que já estão presos. Lesão corporal Os seis respondem pelos crimes de lesão corporal de natureza grave que resultou em doença incurável, organização criminosa e falsidade ideológica. Jacqueline também responde por falsificação de documento particular. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o resultado do exame de sangue do doador de órgãos, que era soropositivo, deu “falso negativo” devido à degradação dos reagentes que detectam o vírus. O MPRJ alega que era de possível conhecimento dos acusados, diante das funções exercidas em suas atividades, que os reagentes se degradam por permanecer muito tempo no equipamento utilizado para o exame. Ainda segundo o MPRJ, até o ano passado, o controle de qualidade dos reagentes era feito diariamente, mas a partir do início deste ano, o procedimento passou a ser feito apenas semanalmente, com o propósito de reduzir custos, o que comprometeria a exatidão dos resultados.
Mulher de 56 anos tem órgãos doados em Campos
O Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos, realizou mais uma captação de órgãos, a nona do ano. A doadora, uma mulher de 56 anos, moradora de Campos, teve o diagnóstico de morte encefálica após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Desde janeiro deste ano, já foram captados no HFM 12 rins, cinco fígados, oito córneas e um coração. Nesse último caso, foram captados rins e córneas, beneficiando quatro pacientes da lista de espera para transplantes. A autorização para a doação foi concedida pela irmã da doadora, após conversas e consenso familiar. A médica responsável pela Comissão de Doação de Órgãos do HFM, Patrícia Rangel, enfatizou a importância do acolhimento às famílias em luto. “O acolhimento é a nossa prioridade. Toda a conversa que nós, da equipe de Doação de Órgãos do HFM fazemos, gira em torno de explicações claras, compreensão e conforto. Apenas dessa forma podemos seguir com o tema da doação”, esclareceu. Processo de Doação de Órgãos A doação de órgãos após a morte encefálica é essencial para salvar vidas. Nessa condição, os principais órgãos vitais do paciente permanecem aptos para transplante. Órgãos como coração, pulmões, fígado, rins, pâncreas e intestino, além de tecidos como córneas, ossos, pele e válvulas cardíacas, podem ser doados nesse contexto. A legislação brasileira, conforme a lei nº 10.211, de 23 de março de 2001, determina que a retirada dos órgãos e tecidos para doação só pode ser feita após autorização dos familiares.
Após morte encefálica, mulher de 45 anos tem órgãos doados em Campos
O Hospital Geral de Guarus (HGG) promoveu a segunda captação de órgãos de 2024, nesta quinta-feira (13) em Campos. O gesto de amor ao próximo da família, ao doar os órgãos de uma mulher de 45 anos, proporcionou que outras vidas fossem salvas no Estado do Rio de Janeiro. Foram captados os dois rins e as córneas. “Observamos uma mistura de sentimentos neste caso, com esta paciente tão jovem perdendo a vida. Imaginamos o impacto desta perda para esta família e, ao mesmo tempo, refletimos sobre o belíssimo ato de amor ao próximo praticado, mesmo diante da dor”, afirmou a diretora clínica, Luisa Barreto. Para o superintendente do HGG, Vitor Mussi, “apesar da tristeza da perda, a união de forças entre a doação autorizada pela família, a estrutura da saúde pública e a dedicação dos profissionais de saúde, vai promover qualidade de vida a pacientes que deixarão tratamentos longos e dolorosos para receber um órgão e recomeçar suas vidas”, relatou o superintendente, acrescentando que o HGG tem adiantado planejamento para possíveis cirurgias de transplantes renais. A captação dos rins no HGG foi feita pelas cirurgiãs gerais Maria Eduarda Monachesi e Thays Ribeiro, que vieram do Rio de Janeiro. As córneas foram captadas pelo enfermeiro Ricardo Rosa da Organização de Procura do Órgãos (OPO) do Norte e Noroeste Fluminense. Participaram, ainda, o anestesista do HGG, Tiago Cesareo, além de enfermeiros, técnicos e instrumentadores do Hospital Geral de Guarus. O processo durou cerca de duas horas. Os órgãos foram transportados em uma aeronave para a capital fluminense.