Onda de calor se estende e deve durar até segunda semana de maio

Inicialmente prevista para acabar nesta semana, a quarta onda de calor do ano deve durar até a próxima semana. De acordo com a Climatempo, as condições de temperaturas acima da média devem se estender pelo menos até 10 de maio. O Centro-Sul do país vem sendo o mais atingido pelas altas temperaturas. A previsão é que Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, sul de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, sul de Goiás e sul do Mato Grosso registrem temperaturas superiores a 5°C acima da média nos próximos dias. O fenômeno, resultado da atuação de uma área de alta pressão, está impedindo que frentes frias avancem para o Sudeste e para o Centro-Oeste (veja abaixo como se formam as ondas de calor). Presente desde 22 de abril, a onda de calor tem mantido o ar seco e quente, e elevado as temperaturas nessas regiões. “O calor deve continuar porque as frentes frias seguem não conseguindo avançar pelo continente. Elas até passam, mas são desviadas para o oceano”, analisa a especialista em meteorologia, Maria Clara Sassaki. No fim de semana, diversas capitais registraram máximas acima da média para a estação. No Rio de Janeiro, a máxima liderou o ranking do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) de temperaturas mais altas do país no domingo (28), superando os 38°C. Com a ampliação do número de dias que o fenômeno deve durar, o país pode ter dois picos de calor neste período. Nos dias de ápice, as temperaturas podem ficar até 7°C acima da média em algumas regiões. É o caso de Porto Alegre, por exemplo. A média de temperatura máxima para o mês na capital é de 26°C. Nos próximos dias, os termômetros podem marcar até 33°C. O mesmo acontece no Rio de Janeiro, que tem média de 27,8°C e pode registrar até 35°C.

Motoristas profissionais sem exame toxicológico em dia voltarão a ser multados em maio

A aplicação da multa para motoristas sem o exame toxicológico em dia estava suspensa desde 2022, mas a penalidade voltará a entrar em vigor. Adilson Martins nunca deixou de fazer. Ele estava com o exame vencido e resolveu voltar ao laboratório. “Até porque ser de categoria específica implica em você conduzir veículos de maior porte e que necessitam mais segurança. No trânsito, eu entendo que é uma conjunção das condições do veículo, da condição da estrada e, principalmente, do condutor”, diz Adilson, que é consultor de energia. “Se esse condutor não tiver em condições físicas, seja por alcoolismo, seja por cansaço ou mesmo por droga, como é o caso, ele vai estar colocando em risco todas as pessoas que estão transitando ali”, completa. O teste toxicológico pode detectar substâncias consumidas há mais de 90 dias. O vice-presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Ricardo Hegele, explica que as drogas agem de duas formas no corpo. “As estimulantes, como a cocaína e as anfetaminas, estão associadas a um excesso de velocidade. Ou seja, faz o motorista dirigir de forma agressiva”, diz Ricardo. “É diferente na questão do uso de substâncias psicoativas, que são depressoras do sistema nervoso central, como a maconha e o álcool. Essas drogas aumentam o tempo de reação, prejudicando, a questão de atenção e a coordenação dele”, completa o especialista. O exame toxicológico é obrigatório desde 2016 para motoristas das categorias C, D e E. A cobrança da multa ficou suspensa nos últimos anos. No entanto, a partir do dia 1º de maio, os motoristas das categorias C, D e E que não estiverem com o exame em dia vão ser multados em quase R$ 1.500 — a infração é considerada gravíssima e o condutor ainda recebe sete pontos na carteira de habilitação. Em uma rede de laboratórios visitada pela reportagem, a demanda pelo teste subiu 36% em abril, na comparação com o março. Todos os dias chegam milhares de exames de todas as partes do Brasil. “Coleta-se duas porções de amostra, tanto de cabelo, quanto de pelo. Uma amostra é destinada para prova e outra para contraprova. Nessa análise, então, a gente avalia as drogas exigidas pela legislação”, diz Andressa Benedetti Martins, farmacêutica bioquímica coordenadora e responsável técnica pela toxicologia do laboratório. O exame precisa ser feito a cada dois anos e meio em laboratórios credenciados pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).

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