Israel convoca embaixador do Brasil após Lula comparar guerra em Gaza com Holocausto

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que vai convocar o embaixador brasileiro para “uma dura conversa de repreensão”, após a fala do presidente Lula que comparou a guerra em Gaza com o Holocausto nazista e ações de Hitler. “As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, disse Netanyahu, em uma publicação neste domingo (18) no X (antigo Twitter). O ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, disse que ninguém irá comprometer o direito que Israel tem de se defender. Lula deu as declarações durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou nos últimos dias da 37ª Cúpula da União Africana e de reuniões bilaterais com chefes de Estado do continente. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula. O presidente Lula fez a afirmação após ser questionado sobre a decisão de alguns países de suspender repasses financeiros à agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que dá assistência a refugiados palestinos, a UNRWA. No fim de janeiro, Israel acusou funcionários da UNRWA de envolvimento com ações terroristas do Hamas, o que motivou a suspensão de auxílio por parte de governos ocidentais, como os do Estados Unidos, Canadá, Austrália e Reino Unido. Não se sabe quantos funcionários estariam envolvidos. Lula disse que, se houve um “erro” na UNRWA, que os responsáveis sejam investigados, mas afirmou que a ajuda humanitária não pode ser suspensa. Recentemente, o governo brasileiro anunciou que vai prestar auxílio à agência. A fala de Lula também gerou reação da Confederação Israelita do Brasil (Conib). Para a entidade, o discurso do petista é uma “distorção perversa da realidade”. “Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua Carta de fundação a eliminação do Estado judeu”, diz nota da Conib. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que Lula traz vergonha ao seu povo ao apoiar o grupo terrorista Hamas.

Israel aprova cessar-fogo temporário com Hamas para libertação de reféns

Israel Hamas

O governo de Israel anunciou que seu gabinete de guerra aceitou fazer um acordo com o Hamas para a libertação de reféns sequestrados pelo grupo extremista em 7 de outubro. Acordo aprovado pelo gabinete israelense visa a libertação de 50 reféns, dos quase 240 que foram sequestrados, segundo o jornal The Times of Israel. O anúncio aconteceu após uma série de reuniões das autoridades do governo de Benjamin Netanyahu. A expectativa é que a pausa dure quatro dias, com libertação de 10 ou 12 reféns israelenses por dia de trégua. O plano inclui a libertação, pelo Hamas, de trinta crianças, oito mães e mais doze mulheres, segundo um oficial israelense ouvido pelo jornal Haaretz. Israel também concordou em libertar cerca de 150 palestinos da prisão. Nos dois casos, a prioridade de liberação seria de mulheres e menores. No caso dos presos palestinos, condenados por homicídio ficam excluídos do acordo. A primeira leva de reféns deve ser libertada pelo grupo na próxima quinta-feira (23), de acordo com o Canal 12. A resolução de cessar-fogo temporário foi aprovada por uma “maioria significativa” do gabinete de guerra do governo. Israel também deve permitir a entrada de 300 caminhões com ajuda humanitária e combustível por dia pelo posto de fronteira de Rafah, com o Egito.

Israel avisa Hezbollah para ficar fora da guerra e cita possível “destruição” do Líbano

Israel Hamas

O conselheiro de segurança nacional do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que os ataques do grupo libanês Hezbollah pareciam ter sido contidos e alertou o grupo para não tomar nenhuma medida que pudesse levar à “destruição” do Líbano. Israel está concentrado na guerra que acontece na Faixa de Gaza, que teve início após o ataque surpresa do grupo radical islâmico Hamas no sul do país no dia 7 de outubro. O país está “tentando não ser arrastado para uma guerra em duas frentes”, disse Tzachi Hanegbi, conselheiro de segurança nacional de Netanyahu, em um pronunciamento na televisão. Hanegbi disse que os confrontos pontuais envolvendo o Hezbollah na fronteira entre Israel e Líbano mostram que o grupo estava “abaixo do limiar de escalada”. O pronunciamento foi feito depois que Netanyahu visitou tropas israelenses na fronteira com Gaza. Há a expectativa de que o Exército de Israel inicie um ataque terrestre contra o território palestino. As tropas israelenses deram um prazo para que os civis desocupassem o norte da Faixa de Gaza antes de uma possível invasão.  “Esperamos que o Hezbollah não provoque, de fato, a destruição do Líbano. Porque se houver uma guerra lá, o resultado não será menor”, disse ele, se referindo às ameaças de longa data de Israel de lançar ataques pesados ​​contra o país, numa tentativa de conter os ataques de mísseis do Hezbollah. Poucos dias antes do ataque surpresa do Hamas, Hanegbi disse numa entrevista à imprensa que o grupo islâmico palestino havia sido dissuadido de atacar Israel. “Isso foi um erro”, disse ele, acrescentando que a avaliação errada foi partilhada por toda a comunidade de inteligência israelense. “Não há dúvida de que o Estado de Israel não cumpriu a sua missão.” Ele classificou como “notícias falsas” as reportagens que dizem que o Egito deu a Israel um aviso prévio de um possível desenvolvimento perigoso. Mas confirmou um relato de que, antes do ataque, o chefe da agência de inteligência de Israel havia recebido informações incomuns.

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