Campos adota nova estratégia para tentar conter o avanço da dengue

O município de Campos está adotando o diagnóstico clínico-epidemiológico para a dengue. O diagnóstico, sem a necessidade de exames, será feito por um médico a partir da apresentação de sintomas claros da doença no paciente. Essa é uma estratégia para tentar conter o avanço da dengue. O diretor de Vigilância em Saúde, o infectologista Rodrigo Carneiro, explicou como funciona o critério. “A partir do aumento mantido no número de casos, além do risco de epidemia da doença, não é mais uma condição essencial a confirmação laboratorial. Um caso de dengue pode ser detectado com uma confirmação clínico-epidemiológica, isso ajuda no diagnóstico precoce e acelera o tratamento da doença”, disse Rodrigo. DENGUE EM CAMPOS — De acordo com o último balanço divulgado, até o momento, foram registrados 587 casos confirmados de dengue no município neste ano e 25 de chikungunya. Não há confirmação para zika em Campos. UBS, UPH e CRD PRONTOS PARA ATENDER A POPULAÇÃO — Os pacientes com sintomas leves podem ser atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), pois não requer maiores intervenções. Já as Unidades Pré-Hospitalares (UPH) realizam o atendimento aos pacientes que necessitam da realização de exames de sangue, hidratação e outros procedimentos necessários. O Centro de Referência da Dengue (CRD) tem capacidade para realizar exames, com resultados no dia seguinte e internação, quando necessário, no Hospital dos Plantadores de Cana, que fica ao lado da unidade.
Primeiro lote de vacinas contra a dengue chega no estado do Rio de Janeiro

O primeiro lote das vacinas contra a dengue será entregue ao estado do Rio de Janeiro pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (22). São 231.928 doses que serão enviadas à Central Geral de Armazenamento da Saúde do estado. O público-alvo são adolescentes de 10 a 14 anos, da Região Metropolitana I, que inclui a capital e municípios da Baixada Fluminense. Nessa quarta-feira (21), o governo do estado decretou epidemia de dengue no território fluminense. A medida foi tomada devido ao crescimento do número de casos da doença. Até o momento, foram feitas 49.405 notificações, cerca de 308 casos por 100 mil habitantes, com quatro óbitos (dois na capital, um em Itatiaia e um em Mangaratiba). Outra ação anunciada foi a criação do Observatório Dengue RJ, que utiliza tecnologia de ponta e uma equipe técnica de plantão no Centro de Inteligência em Saúde (CIS), dedicada a monitorar, apoiar e dar respostas rápidas às emergências relacionadas à dengue nos 92 municípios do estado. Essas ações fazem parte da segunda etapa do Plano Estadual de Combate à Dengue.
Dengue no Estado do Rio tem número de casos seis vezes maior que o esperado
O boletim semanal Panorama da Dengue, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), mostrou que o estado está com um número de casos prováveis de dengue seis vezes acima do limite máximo esperado para esta época do ano, de acordo com a série histórica dos últimos dez anos. Houve quatro óbitos confirmados: dois no município do Rio de Janeiro, um em Mangaratiba e um em Itatiaia. A análise mostrou ainda que a tendência de aumento na transmissão de casos se mantém pela nona semana consecutiva. De janeiro até 15 de fevereiro, foram registrados 41.252 casos de dengue em todo o estado, número equivalente a 80% dos casos notificados em todo o ano de 2023, quando o Rio de Janeiro teve 51.479 casos da doença. Elaborado pelo Centro de Inteligência em Saúde (CIS) da SES-RJ, o boletim usa um modelo de cálculo epidemiológico conhecido como nowcasting, que leva em conta o atraso de inserção de dados no sistema de vigilância. O período analisado pelo boletim corresponde à Semana Epidemiológica 6 (SE 6), que vai de 04/02/2024 a 10/02/2024, incluindo o período de carnaval. Foram registrados nesse período 6.593 casos. Com base no modelo de análise, a secretaria estima que mais de 25 mil novos casos devem ser registrados para o período. Ou seja, cerca de 19 mil registros ainda devem entrar no sistema. O Panorama da Dengue apresenta também o indicador Excesso de Casos (EC), que mostra quantas vezes o número de casos registrados excede o limite máximo considerado dentro do esperado para o momento atual. Por essa métrica, as regiões Metropolitana I – que inclui a capital e Baixada Fluminense – e Serrana são as que apresentam o maior excesso de casos (20 vezes e 5,6 vezes, respectivamente). Em seguida vêm as regiões Centro-Sul (EC = 4,7 vezes) e Baía de Ilha Grande (EC aproximado de 3 vezes), onde estão Angra dos Reis, Paraty e Mangaratiba. Segundo a secretária de estado de Saúde, Claudia Mello, a pasta vem monitorando o crescimento da transmissão em todo o estado e oferecendo apoio aos 92 municípios, com treinamento de profissionais com os protocolos de diagnóstico e tratamento dos pacientes e envio de insumos, equipamentos e medicamentos para montagem de salas de hidratação nos municípios, entre outras ações. “Mas é importante também que a população esteja junto conosco neste momento, com uma série de medidas para controlar e eliminar focos de dengue dentro de casa, onde ficam 80% dos criadouros do Aedes aegypti”, afirmou Claudia, em nota.
Dengue: especialista de Campos esclarece sobre mitos e verdades em relação à doença

A dengue é uma doença infecciosa aguda, uma arbovirose transmitida ao homem através da picada do mosquito Aedes aegypti. Em Campos, dos quatro sorotipos existentes, o tipo 2 é o principal em circulação, há pelo menos dois anos, causando quadros de sinusites, lesão pleural e abdominal (ascite), com evolução para choque séptico. O subsecretário de Vigilância em Saúde, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, o infectologista Charbell Kury, esclareceu algumas informações falsas sobre o Aedes e confirmou o que é verdade a respeito do mosquito. Segundo o médico, quem tem dengue mais de uma vez não necessariamente terá mais chances de contrair as formas graves da doença. Ele explica que, pacientes podem desenvolver quadros de maior gravidade já na primeira vez ou ter sintomas mais leves na segunda, ou terceira reinfecção. “Isso depende de várias variáveis, como o sorotipo da dengue e fatores do hospedeiro”, acrescentou. O especialista pontuou outras situações como a de que crianças e idosos são mais susceptíveis a contraírem a doença. Isso porque, segundo Kury, as crianças têm um sistema imune ainda imaturo e pouco testado para o vírus da dengue e os idosos, pelo fenômeno da imunossenescência, que “envelhece” os anticorpos, destreinando a imunidade. Charbell destaca, ainda, outras verdades em relação ao mosquito, como as velas de citronela e a preferência do Aedes aegypti pelas extremidades inferiores, como pernas e pés. “A vela de citronela afasta o mosquito, mas é limitado. O produto tem poder repelente e deve ser usado em combinação com outros repelentes na pele. O mosquito gosta de picar sim, pernas e pés, mas, também, é oportunista, ou seja, sempre pica onde é conveniente no momento”, apontou o médico, observando que, o cloro que é jogado nos ralos das casas é eficaz contra as larvas da dengue, mas é limitado em 8h, já que o produto evapora. “Nesse caso, o ideal é usar todos os dias”. Quanto aos mitos, o subsecretário de Vigilância em Saúde reforçou que não há comprovação científica em relação à borra de café na terra das plantas e para tomar vitamina do complexo B. Além disso, Kury revelou que é um mito afirmar que vasilhas de água para cães e gatos não têm perigo de ser reservatório para dengue. “Os potes dos animais podem sim, ser criadouro para o mosquito se não forem trocados após 3 dias”, finalizou.
Seis capitais deram início à vacinação contra a dengue em crianças

A vacinação contra a dengue já começou em pelo menos seis dos dez estados selecionados pelo Ministério da Saúde para receberem o lote inicial de 712 mil doses. A distribuição das vacinas contra a dengue para 315 municípios iniciou no dia 8 de fevereiro. Segundo levantamento da Agência Brasil, a vacinação foi iniciada no Distrito Federal e em Goiás, duas das regiões com maiores índices de contaminação, e também nas capitais Campo Grande (MS), Salvador (BA), São Luís (MA) e Rio Branco (AC). Em Natal (RN) e João Pessoa (PB), a previsão de início da vacinação é na próxima segunda-feira (19). Os estados de São Paulo e Amazonas ainda não têm data para começar a imunização. O Ministério da Saúde selecionou dez estados para dar início à imunização de crianças de 10 a 11 anos. O primeiro lote contemplará 315 municípios que atendem aos critérios definidos pelo Ministério da Saúde em conjunto com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Essa remessa atende a 60% do total de 521 municípios selecionados. A previsão é que as demais cidades recebam as doses até a primeira quinzena de março.
Casos de dengue no estado do Rio aumentam 56% em uma semana
O estado do Rio de Janeiro registrou 39.311 casos prováveis de dengue e três óbitos de janeiro a 12 de fevereiro desse ano. Os dados são do Painel Monitora, da Secretaria de Estado de Saúde. Chama a atenção o aumento expressivo em apenas uma semana. No último balanço, em 5 de fevereiro, eram 25.136 casos. Ou seja, houve 14.175 novos registros, crescimento de 56%. Para efeitos de comparação, em todo o ano passado, o Centro de Inteligência em Saúde (CIS-RJ), da Secretaria, contabilizou 51.479 registros prováveis da doença, com 32 mortes. Nesse período de Carnaval, a Secretaria de Saúde disse que está oferecendo aplicação de repelentes aos foliões na Avenida. E que está qualificando profissionais de saúde de todos os 92 municípios do estado para atender a população, além de distribuir insumos e equipamentos aos municípios com maior incidência de casos. “O combate ao mosquito da dengue é coletivo e toda sociedade deve participar com ações de controle, principalmente nas residências, onde estão cerca de 80% dos criadouros”, disse Claudia Mello, secretária de Estado de Saúde. O município do Rio de Janeiro está em estado de emergência e reconhece oficialmente que vive uma epidemia. Já foram confirmados 13.550 casos da doença na capital fluminense em 2024. Isso representa mais da metade dos casos de 2023 e quase o triplo de casos de 2022. As áreas da cidade com maior incidência da doença são os bairros de Campo Grande e Guaratiba, na Zona Oeste, com 476 casos para cada 100 mil habitantes.
Rio de Janeiro confirma primeira morte por dengue
A cidade do Rio de Janeiro confirmou o primeiro caso de morte por dengue na manhã desta quarta-feira. A informação foi revelada pelo secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz. O paciente morto foi atendido na UPA da Maré, na Zona Norte do Rio. Agora, a Secretaria Municipal de Saúde investiga outros seis casos de mortes suspeitas de dengue na capital. Soranz esteve na inauguração do polo de atendimento para pacientes com dengue em Bangu, na Policlínica Manoel Guilherme da Silveira Filho, na Zona Oeste do Rio. O ponto de atendimento a dengue em Bangu é o quarto do tipo aberto no município para o enfrentamento da epidemia da doença. Já estão em funcionamento os polos de Curicica, Campo Grande, Santa Cruz e Del Castilho. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, até sexta-feira serão nove unidades espalhadas pela cidade. Agentes da secretaria de saúde também farão novas ações de prevenção a doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em cinco bairros nessa quarta-feira. Os técnicos estarão em Santíssimo, na Zona Oeste, Santo Cristo e Ramos, na Zona Norte, Copacabana, na Zona Sul, e Jardim Carioca, na Ilha do Governador. A capital está em estado de emergência por conta da dengue desde segunda-feira. A cidade já tem mais de 12 mil casos confirmados – uma taxa de incidência de 195 a cada 100 mil habitantes.
Confira o que se sabe até agora sobre a vacina contra a dengue no SUS!

Há pouco mais de um mês, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). Antes disso, o imunizante Qdenga, produzido pelo laboratório japonês Takeda, passou pelo crivo da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias (Conitec) no SUS, que recomendou a incorporação priorizando regiões do país com maior incidência e transmissão do vírus, além de faixas etárias de maior risco de agravamento da doença. A partir do parecer favorável da Conitec, o ministério reforçou que a vacina não seria utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório informou ter capacidade restrita de fornecimento de doses. A vacinação contra a dengue na rede pública, portanto, será focada em públicos específicos e em regiões consideradas prioritárias. “Até o início do ano, faremos a definição dos públicos-alvo levando em consideração a limitação da empresa Takeda do número de vacinas disponíveis. Faremos priorizações”, disse a ministra Nísia Trindade à época. O próximo passo seria um trabalho conjunto entre o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), programado para as primeiras semanas de janeiro, com o intuito de definir a melhor estratégia de utilização do quantitativo disponível da vacina. Segundo o laboratório Takeda, a previsão é que sejam entregues 5.082 milhões de doses entre fevereiro e novembro de 2024, sendo que o esquema vacinal da Qdenga é composto por duas doses, com intervalo de 90 dias entre elas. A avaliação de especialistas da CTAI é que o ministério deve seguir a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e priorizar a vacinação contra a dengue na faixa etária entre 6 e 16 anos, conforme preconizou o Grupo Consultivo Estratégico de Peritos (SAGE, na sigla em inglês). A pasta, entretanto, informou que definiria, em conjunto com estados e municípios, qual a idade a ser priorizada dentro dessa janela, diante do quantitativo reduzido de doses. A vacina De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), a Qdenga é uma vacina tetravalente que protege, portanto, contra os quatro sorotipos do vírus da dengue – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Feita com vírus vivo atenuado, ela interage com o sistema imunológico no intuito de gerar resposta semelhante àquela produzida pela infecção natural. O imunizante deve ser administrado em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre elas, independentemente de o paciente ter tido ou não dengue previamente. Infecções prévias Quem já teve dengue, portanto, deve tomar a dose. Segundo a SBim, a recomendação, nesses casos, é especialmente indicada por conta da melhor resposta imune à vacina e também por ser uma população classificada como de maior risco para dengue grave. Para quem apresentou a infecção recentemente, a orientação é aguardar seis meses para receber o imunizante. Já quem for diagnosticado com a doença no intervalo entre as doses deve manter o esquema vacinal, desde que o prazo não seja inferior a 30 dias em relação ao início dos sintomas. Contraindicações Conforme especificado na bula, o imunizante é indicado para pessoas de 4 a 60 anos. Como toda vacina de vírus vivo, a Qdenga é contraindicada para gestantes e mulheres que estão amamentando, além de pessoas com imunodeficiências primárias ou adquiridas e indivíduos que tiveram reação de hipersensibilidade à dose anterior. Mulheres em idade fértil e que pretendem engravidar devem ser orientadas a usar métodos contraceptivos por um período de 30 dias após a vacinação. Eficácia Ainda de acordo com a SBim, a vacina demonstrou ser eficaz contra o DENV-1 em 69,8% dos casos; contra o DENV-2 em 95,1%; e contra o DENV-3 em 48,9%. Já a eficácia contra o DENV-4 não pôde ser avaliada à época devido ao número insuficiente de casos de dengue causados por esse sorotipo durante o estudo. Também houve eficácia contra hospitalizações por dengue confirmada laboratorialmente, com proteção geral de 84,1%, com estimativas semelhantes entre soropositivos (85,9%) e soronegativos (79,3%). Demais arboviroses A SBim destaca que a Qdenga é exclusiva para a proteção contra a dengue e não protege contra outros tipos de arboviroses, como zika, chikungunya e febre amarela. Vale lembrar que, para a febre amarela, no Brasil, estão disponíveis duas vacinas: uma produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), utilizada pela rede pública, e outra produzida pela Sanofi Pasteur, utilizada pelos serviços privados de imunização e, eventualmente, pela rede pública. As duas têm perfis de segurança e eficácia semelhantes, estimados em mais de 95% para maiores de 2 anos. Registro A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da Qdenga em março de 2023. A concessão permite a comercialização do produto no país, desde que mantidas as condições aprovadas. O imunizante, contudo, segue sujeito ao monitoramento de eventos adversos, por meio de ações de farmacovigilância sob responsabilidade da própria empresa fabricante. Outros imunizantes A Qdenga é a primeira vacina contra a dengue aprovada no Brasil para um público mais amplo, já que o imunizante aprovado anteriormente, Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi- Pasteur, só pode ser utilizado por quem já teve dengue. A Dengvaxia não foi incorporada ao SUS e é contraindicada para indivíduos que nunca tiveram contato com o vírus da dengue em razão de maior risco de desenvolver quadros graves da doença.
Vacinação contra dengue vai priorizar público de 6 a 16 anos

O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (15) que irá priorizar a faixa etária de 6 a 16 anos na aplicação da vacina contra a dengue. O país irá adquirir 5,2 milhões de doses da Qdenga, fabricada pelo laboratório japonês Takeda, além de receber doações. O quantitativo irá possibilitar vacinação de até 3 milhões de pessoas, já que o esquema vacinal prevê duas doses. De acordo com o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, a faixa etária é preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e recomendada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, composta por especialistas na área e que reuniu-se hoje. “Dentro desse grupo [6 a 16 anos], vamos ver qual é o melhor grupo etário para ter melhor resultado epidemiológico, evitando hospitalizações e mortes”, explicou o diretor. A definição sobre qual público-alvo, bem como as localidades prioritárias, será feita em conjunto com estados e municípios, em reunião marcada para última quinta-feira deste mês. Gatti confirmou que a previsão é iniciar a vacinação em fevereiro. No dia 21 de dezembro, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o governo federal, o Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante em sistema público e universal. O imunizante Qdenga tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e é indicado para prevenção de dengue de 4 a 60 anos de idade, independentemente de a pessoa ter tido ou não a doença previamente. O Brasil bateu recorde de mortes por dengue no ano de 2023. Foram 1.079 mortes pela doença até o dia 27 de dezembro. De acordo com a OMS, o país tem o maior número de casos da doença no mundo, respondendo por metade do total global. Autoridades de saúde já alertaram para uma epidemia da doença no Brasil em 2024.
Casos de dengue disparam e situação de 2024 preocupa
O Brasil registrou mais de 1,6 milhão de casos de dengue entre janeiro e novembro deste ano. O número representa um aumento de 15,8% dos casos, se comparado ao mesmo período de 2022. Os óbitos pela doença também cresceram (5,4%) e chegaram a 1.053, segundo informações divulgadas, ontem, pelo Ministério da Saúde. A chikungunya, porém, teve diminuição no número de infecções (264 mil) durante o intervalo pesquisado e aumentou 7,5% em número de óbitos (100). Já a zika alcançou 7,2 mil casos no período — alta de 1%, sem registro de mortes. Ambas as doenças são causadas também pelo mosquito aedes aegypti. Os números indicam que o principal foco de concentração do inseto transmissor é o próprio lar. Cerca de 74% das larvas foram encontrados em vasos de plantas, garrafas retornáveis e recipientes de degelo em geladeiras. O segundo foco de procriação dos mosquitos são depósitos de água — como caixas d’água, barris e poços. A pasta apresentou, também, uma estimativa das regiões que poderão concentrar mais casos de dengue, chikungunya e zika no próximo ano. Todo o país deverá sofrer com um novo aumento, porém o Centro-Oeste é o local mais preocupante e já é considerado em nível epidêmico. Em segundo lugar estão Minas Gerais e Espírito Santo, no Sudeste. No Sul, o Paraná poderá chegar a um patamar alto, enquanto que o nordeste terá aumento, mas abaixo do nível de preocupação com epidemia. A alta nos casos deste ano e a previsão preocupante para o ano que vem, estão ligados ao fenômeno meteorológico El Niño, segundo o Ministério da Saúde. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, afirmou que em algumas regiões do país, há concentração de chuva, o que pode deixar água parada. Onde há elevação do calor durante o verão, também se verifica o aumento da umidade, algo que acelera o processo de desenvolvimento do mosquito. Investimento Na tentativa de antecipar o cenário preocupante que se estima para 2024, o Ministério da Saúde anunciou o investimento de R$ 256 milhões para combater o aedes aegypti. Desses, R$ 111,5 milhões estão previstos paras ainda este ano. De acordo com a pasta, R$ 72 milhões serão destinados aos municípios e R$ 39,5 milhões, aos estados e Distrito Federal. Haverá também repasse de R$ 144,4 milhões para fomentar ações de vigilância em saúde em todo país. Fonte: Correio Braziliense