Saúde alerta para “trégua temporária” da dengue e possível nova epidemia em Campos

Foto do mosquito Aedes aegypti - Divulgação

Com a diminuição dos casos de dengue e chikungunya nos últimos meses, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) alerta para a importância da vigilância contínua em Campos. O aumento de casos durante o inverno e a possível elevação nos meses de outubro e novembro podem indicar uma nova epidemia ainda em 2024. O subsecretário de Vigilância em Saúde, Charbell Kury, destaca: “A dengue ainda não acabou, estamos apenas em uma trégua temporária”.

A chamada “teoria da alça epidêmica” sugere que a manutenção de casos durante o período endêmico pode prever um surto no ano seguinte. “Aguardamos com atenção os próximos meses, pois outubro e novembro são períodos sentinelas. Se os casos subirem, podemos nos preparar para uma epidemia”, alertou Kury. Até agora, o estado do Rio de Janeiro não enfrentou um aumento significativo de casos do sorotipo 2, que é mais grave. No entanto, a entrada do sorotipo 3, que pode causar epidemias severas, gera preocupação, uma vez que grande parte da população ainda não teve contato com esse vírus.

Os dados de Campos indicam que a maioria dos óbitos está relacionada ao sorotipo 1, que afeta especialmente pessoas com comorbidades, como idosos e gestantes. Para evitar uma nova onda de contágio, Charbell enfatiza a necessidade de fortalecer a vigilância epidemiológica. “Todos os casos suspeitos de dengue devem ser confirmados laboratorialmente para que possamos mapear a circulação do vírus”, ressaltou o subsecretário.

Além disso, a promoção de mutirões de limpeza, em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), e a vigilância entomológica são essenciais para identificar e eliminar os criadouros de mosquitos. O subsecretário também destaca a importância do manejo adequado dos pacientes, com ênfase na hidratação. “Os médicos precisam estar preparados e treinados para tratar adequadamente os casos de dengue”, afirmou Charbell.

A população deve redobrar a atenção, pois cerca de 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti estão dentro de residências. “Todos devem estar cientes de que a dengue ainda representa um risco e que os cuidados devem ser intensificados antes de uma possível nova epidemia”, destacou o médico.

“Embora a chikungunya confira imunidade permanente após a infecção, a possibilidade de novos casos ainda é real, especialmente entre aqueles que não foram expostos durante os surtos passados”, concluiu o subsecretário.

O novo Boletim Semanal da Dengue e outras Arboviroses foi divulgado na segunda-feira (23). De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a atualização é referente ao período da 1ª à 38ª Semana Epidemiológica (SE) e totaliza 21.915 notificações para dengue e 1.337 para chikungunya. Até o momento, no mês de setembro, foram registradas 82 notificações para dengue e duas para chikungunya.


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