Mais quatro ex-alunas de colégio da Aeronáutica no Rio denunciam assédio

Quatro ex-alunas do Colégio Brigadeiro Newton Braga, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, buscaram na última terça-feira (10) a Comissão de Direitos Humanos da OAB para apresentarem novas denúncias de assédio sexual contra dois professores da instituição subordinada à Força Aérea Brasileira (FAB).

Os novos relatos de possíveis abusos praticados contra menores de idade dentro do ambiente escolar foram encorajados pela divulgação, na última terça, do encontro de um grupo de alunas e ex-estudantes da escola com a Comissão de Direitos Humanos da OAB. 

As novas denúncias devem ser incluídas no documento que a comissão está preparando para levar ao Ministério Público Federal (MPF), uma vez que a instituição é ligada a uma das forças militares brasileiras.

Para a coordenadora do Grupo de Trabalho da Criança, Adolescente e Juventude da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Patrícia Félix, essas novas denúncias devem continuar encorajando que outras meninas procurem as autoridades em casos de assédios. Ela acredita que a comissão também deve trabalhar na garantia de direitos de crianças e adolescentes.

“É importante que essas meninas encorajem outras crianças e adolescentes que passam por situações parecidas, em outros ambientes. Que elas saibam que terão apoio dos órgãos de proteção e de garantia de direitos”, completou Patrícia.

Em relação ao colégio da Ilha do Governador, o objetivo do grupo de advogados da OAB é que os professores sejam investigados fora do ambiente militar, visto que até o momento o Inquérito Policial Militar que apura as denúncias não foi concluído, mesmo após quase dois anos de trabalho

“A questão agora é o acolhimento dessas jovens que passaram por um momento de dificuldade no passado, mas que hoje precisam de atenção e precisam que suas denúncias sejam ouvidas. Nós vamos tomar todas as medidas cabíveis dentro do processo legal para que as investigações continuem”, comentou Patrícia.

Segundo a direção do Colégio Brigadeiro Newton Braga, a Justiça Militar ordenou que as investigações só teriam sequência depois de uma avaliação interna da escola, através de Processos Administrativos Disciplinares (Pads). Essa investigação interna também não foi concluída até o momento e os dois professores seguem dando aula para menores de idade.

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