Ato no Farol lembra 21 anos da P-36 e denuncia cenário atual semelhante de desmonte da Petrobrás

O Sindipetro-NF realizou na manhã de hoje, no Heliporto do Farol de São Thomé, em Campos dos Goytacazes, um ato público para lembrar a passagem dos 21 anos da tragédia da P-36, a então maior plataforma do mundo, que foi atingida por explosões em uma das suas colunas, em 15 de março de 2001, e afundou dias depois. Onze trabalhadores morreram no acidente.

Para o coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira, o cenário político que levou à tragédia da P-36 tinha semelhanças com o que é vivido hoje pelo país. Segundo ele, o acidente foi “culpa de um governo muito semelhante ao de hoje, que coloca o lucro para os acionistas acima do bem estar e a vida do povo brasileiro”.

O sindicalista lembrou que o Sindipetro-NF faz anualmente o ato no Farol em memória das vítimas da P-36 para que os trabalhadores “não esqueçam que a prioridade deles é a vida”. Ele conclamou ainda para que “lutem, juntos, para que nenhuma outra família jamais perca mais um momento com seus entes queridos”.

Em fala bastante indignada, o também diretor Guilherme Cordeiro identificou, como Alexandre, semelhanças no momento político atual em relação ao período do presidente Fernando Henrique Cardoso na condução da economia. “O processo da P-36 foi em um momento muito parecido com o que vivemos hoje, um processo de desmonte. Hoje temos à frente da companhia representantes da ideologia neoliberal. Na época a gente vivia uma precarização tremenda do trabalho. E hoje essa realidade que levou ao acidente da P-36 infelizmente se repete”, disse o diretor.

Além de Vieira e Cordeiro, representaram o Sindipetro-NF no ato do Farol, nesta manhã, a diretora Jancileide Morgado e os diretores Marcelo Nunes, Tadeu Porto, Benes Oliveira, Gustavo Morete e Luiz Carlos Mendonça — mais conhecido como Meio Quilo.

O coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, que está em Duque de Caxias junto a outros diretores e diretoras para participar do processo eleitoral do Sindipetro que represenda aquela base, não deixou de registrar a sua homenagem às vítimas e reforçar o chamado à luta para que novas tragédias não aconteçam. Em vídeo nas redes sociais do sindicato, ele também registrou que ambiente de privatização e desmonte que levou à explosão e afundamento da P-36 é o semelhante ao que, agora, o governo Bolsonaro impõe sobre a Petrobrás, com “desinvestimentos” e sucateamento da companhia.

Momentos perdidos

Neste ano, o Sindipetro-NF utilizou como mote do seu ato e campanhas de mídia para lembrar a tragédia da P-36 a noção de que, nestas mais de duas décadas, muitas famílias perderam momentos irrecuperáveis com seus entes perdidos no acidente. O tema “P-36: 21 anos de momentos perdidos”, esteve presente nas faixas, peças para redes sociais e vídeo para a TV, que a entidade veicula hoje em emissoras regionais.

Relembre a tragédia

No início da madrugada de 15 de março de 2001, a P-36, que operava no campo de Roncador, na Bacia de Campos, sofreu duas explosões em uma de suas colunas num intervalo de 20 minutos. A segunda explosão causou a morte dos 11 trabalhadores que integravam a brigada de incêndio da unidade: Adilson Almeida de Oliveira, Charles Roberto Oscar, Emanoel Portela Lima, Ernesto de Azevedo Couto, Geraldo Magela Gonçalves, Josevaldo Dias de Souza, Laerson Antônio dos Santos, Luciano Cardoso Souza, Mário Sérgio Matheus, Sérgio dos Santos Souza e Sérgio dos Santos Barbosa. Dias depois, toda a estrutura da então maior plataforma do mundo afundou levando os corpos desses trabalhadores para o fundo do mar.

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