A Justiça do Rio de Janeiro determinou, em segunda instância, que a atriz campista Cacau Protásio receba R$ 80 mil em indenização após ataques racistas e gordofóbicos de agentes do Corpo de Bombeiros, ligados ao estado.
“Dou provimento (…) ao apelo da autora para (…) majorar a reparação por danos morais para R$ 80.000, montante corrigido na forma da fundamentação”, escreveu a relatora e desembargadora Ana Cristina Nascif Dib Miguel.
O processo pedia indenização após caso ocorrido durante a gravação do filme “Juntos e Enrolados”, feita no pátio do batalhão do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, em 2019.
Na ocasião, vazou um vídeo de um agente chamando a atriz campista de “gorda, preta, filha da p*** (…) Uma bucha de canhão daquela”.
Na época, os Bombeiros disseram que não compactuavam com nenhuma discriminação.
“A autora [Cacau] narra a gravação de vídeo clandestino por um dos agentes públicos e sua divulgação nas redes sociais. [Ela] Aponta que foi alvo de preconceito, gordofobia e racismo, conforme publicações e áudios compartilhados em aplicativos de mensagem. Aponta que tais atos ilícitos foram praticados por bombeiros militares”, diz o processo.
Inicialmente, Protásio pedia indenização de R$ 50 mil, mas a Justiça concedeu o direito a apenas R$ 30 mil em outubro deste ano.
Ainda assim, o governo do estado apresentou um recurso contra a decisão, alegando que o bombeiro que ofendeu a atriz não estava no exercício de sua função no momento do ato.
Na época, Protásio também apresentou documentos em resposta ao governo, informando mais comentários discriminatórios.