Uso de medicamentos para tratar transtornos mentais dobrou em 10 anos, diz pesquisa

O número de atendimentos de casos de transtornos mentais na rede pública de saúde dobrou entre 2013 a 2023. Também cresceu mais de 50% a quantidade de registros de uso de medicamentos antipsicóticos, que tratam doenças como depressão, ansiedade, transtorno bipolar e esquizofrenia. O dado se refere a atendimentos hospitalares- quando a medicação foi aplicada no hospital- e também a casos em que o paciente leva o remédio para casa. Os dados são do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), em parceria com a Umane. Os atendimentos psicossociais passaram de 13,1 milhões, em 2013, para 26,4 milhões em 2023, enquanto o uso de antipsicóticos foi de 29 milhões, em 2013, para 44,6 milhões em 2023. Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde também divulgou levantamento em que mostra aumento de 1.575% dos atendimentos do SUS a crianças e adolescentes devido a transtornos de ansiedade. Há mais de 20 anos , em 2001, passou a valer a lei da Reforma Psiquiátrica, cujo objetivo era o de fechar gradualmente os manicômicos e hospícios, locais em que ocorria a violação de direitos humanos dos pacientes, por abordagens violentas e até sem comprovação científica. A partir disso, a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) conta hoje com estruturas diversas para promover um tratamento mais humanizado. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), por exemplo, atendem desde casos menos complexos- acompanhamento com psicólogos- até situações de crises de pacientes. Para essas condições mais graves, os CAPS tipo 3 têm funcionamento 24h.