Programação especial celebra os 10 anos do Museu Histórico de Campos

Nesta quarta-feira (29), o Museu Histórico de Campos de Campos dos Goytacazes (MHCG), equipamento pertencente à Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), instalado no Solar do Visconde Araruama, na Praça do Santíssimo Salvador, comemora 10 anos de funcionamento. A programação que marcará a passagem do aniversário acontecerá ao longo do dia, sendo aberta ao público. Na quinta-feira (30), a agenda terá continuidade. “O MHCG tem a missão de promover a interação da sociedade com o patrimônio cultural do município, enfatizando sua história e memória, através da preservação, pesquisa e comunicação dos bens culturais. O Solar do Visconde Araruama vem passando por um processo de revitalização, justamente pela passagem do décimo aniversário do MHCG, que será entregue nesta quarta”, enfatiza a presidente da FCJOL, Auxiliadora Freitas. “Estamos nos preparando para reabrir o Museu aos visitantes, em breve. Estamos muito felizes com a revitalização do prédio, pois ele guarda, em seus cômodos, partes importantes da história do município. Nesta quarta-feira vamos celebrar toda essa primeira década, com muita emoção e alegria”, anuncia a coordenadora do MHCG, Graziela Escocard. PROGRAMAÇÃO 29 DE JUNHO DE 2022 10h – Apresentação Musical da Sociedade Musical Lira de Apolo Local: na Tenda montada na Praça do Santíssimo Salvador 10h – 16h – Oficina de Grafite e Patrimônio Cultural, com David Montezuma. Local: Tenda montada na Praça do Santíssimo Salvador 11h – Cerimônia de enterramento da Cápsula do Tempo, com cartas impressas e salvas em pendrive para o Museu Histórico de Campos, que será desenterrada, nos 20 anos do MHCG, em 2032. Ação patrocinada pelo Instituto Histórico e Geográfico de Campos dos Goytacazes (IHGCG) 11h – 16h – Visitas ao Museu com escolas agendadas 18h – Abertura da exposição temporária:- “SB CULTURAL”, composta por quadros de Renato Pessanha (in memoram), acervo do Supermercado Super Bom, cedido por com Cecília Barcelos (Curadora da exposição). Local: Primeira Sala de Exposição Temporária do MHCG 19h – Mesa de Debate: “Museu Histórico de Campos – 10 anos contado nossas histórias”, com: Lucienne Figueiredo (superintendente de Museus da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro); Ana Cristina Carvalho (diretora do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – Inepac); Cecília Barcelos (curadora da exposição permanente sobre Campos); Auxiliadora Freitas (presidente da FCJOL);- Graziela Escocard (coordenadora do MHCG) Local: Auditório Maria Helena Gomes – Museu 20h – Sessão de homenagem aos Amigos do Museu Histórico de Campos. 21h – Apresentação musical: Banda Pizzicato Local: Tenda montada na Praça do Santíssimo Salvador 30 DE JUNHO DE 2022 10h – 16h – Oficina de Grafite e Patrimônio Cultural, com David Montezuma. Local: Tenda montada na Praça do Santíssimo Salvador 11h – 16h – Visitas ao Museu com escolas agendadas 14h – 18h – Visita teatralizada ao Museu – “O Trem da História”, texto de Maria Helena Gomes (in memiram), adaptação de Guilherme Freytas, com participação dos alunos do Curso Letras em Movimento. Local: Salas de Exposição do Museu 15h – Apresentação musical: Grupo Só Bamba

Campos promove mudança no horário da vacinação infantil contra a Covid-19

A Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav) promoveu mais uma mudança na campanha de vacinação contra a Covid-19 para crianças de cinco a 11 anos em Campos. A partir desta quarta-feira (29), a aplicação das 1ª e 2ª doses na cidade será das 8h30 às 15h. A Clínica da Criança deixa de ser referência para a vacinação mediante a baixa procura e questões de logística nessa etapa da imunização. “A procura pela imunização do público infantil no período noturno está muito baixa e, com isso, aumenta o risco de perda de dose dos imunizantes. Fizemos mais esse ajuste para evitar que isso aconteça”, explica o subsecretário da Subpav, Rodrigo Carneiro que acrescentou: “o retorno da vacinação noturna poderá ser retormado posteriormente mediante estudo da demanda”. A vacinação continua sendo por agendamento online, cujas vagas são liberadas diariamente, ou agendamento presencial nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF), que atendem por senha. Para quem vai receber a segunda, deve ser observado o intervalo de 2 meses para Pfizer e de 28 dias para a CoronaVac.Para que as crianças recebam a vacina, seja a 1ª ou 2ª doses, pais ou responsáveis devem apresentar documento com foto, CPF, caderneta de vacinação ou cartão da vacina Covid-19 dos filhos. Também é necessário levar o comprovante de residência. No caso das crianças com comorbidades ou deficiência permanente de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, é necessário documento que comprove a condição, que pode ser laudo médico; receita; cartões de gratuidade no transporte público, incluindo a Carteira Municipal de Identificação do Autista (CMIA); documentos de atendimento em centro de reabilitação ou unidades especializadas; documento oficial que identifique a deficiência; carteirinha de algum programa, como, por exemplo, Programa de Assistência ao Paciente com Asma e Rinite (Proapar) ou Unidades de Assistência de Alta Complexidade (UNACON), entre outras. É importante ressaltar que a aplicação do primeiro reforço (3ª dose) para adolescentes de 12 a 17 anos continua sendo feita na Unidade Pré-Hospitalar Saldanha Marinho e demais postos distribuídos pelo município para atendimento dessa faixa etária.

Homem morre afogado após pular em rio no Noroeste Fluminense

O corpo de um homem identificado como Luiz Fernando Silva, de 49 anos, foi encontrado na manhã desta terça-feira (28), no Rio Muriaé, em Itaperuna, no Noroeste Fluminense. A vítima estava desaparecida desde essa segunda-feira (27). O homem foi visto por moradores no momento em que pulou no rio e não retornou mais para a superfície. Preocupados, os populares acionaram o Corpo de Bombeiros. As primeiras buscas aconteceram até o final do dia dessa segunda-feira e foram retomadas na manhã desta terça-feira. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Itaperuna. O Corpo de Bombeiros orienta que a população não se arrisque pulando em rios.

Policiais do 8° Batalhão, em Campos, começam a usar câmeras nos uniformes

Policiais do 8° Batalhão de Polícia Militar, em Campos, receberam câmeras operacionais portáteis (COP), que estão sendo usadas nas fardas dos militares durante todo o período de serviço. O 8° Batalhão recebeu um total de 287 câmeras que estão distribuídas nos quatro municípios abrangentes da unidade, compreendidos por Campos, São Francisco de Itabapoana, São Fidélis e São João da Barra. A distribuição das câmeras seguem um calendário estipulado pelo Comando Geral da Polícia Militar. Sendo mais um componente de prevenção, a COP tem como objetivos aumentar a transparência das ações policiais e do uso proporcional da força, bem como ser um meio de defesa e preservação da própria pessoa filmada, entre outros.

Firjan e sindicatos da indústria oferecem mais de 110 vagas gratuitas para cursos no Norte e Noroeste Fluminense

A Firjan SENAI, em parceria com os sindicatos da indústria do Rio,  está com inscrições abertas para 1.912 vagas gratuitas – sendo 116 nas regiões Norte e Noroeste Fluminense – em cursos de aperfeiçoamento e qualificação profissional para os meses de junho, julho, agosto e setembro. Este ano, ao todo, serão 7.589 oportunidades em diversas áreas. Entre os pré-requisitos, os interessados devem autodeclarar renda familiar per capita bruta de até 1,5 salários mínimos. Todos os cursos disponíveis acontecem em caráter presencial no período da noite, entre 18h e 22h. Nesses quatro meses, as 116 vagas no Norte e Noroeste estão disponíveis para os setores de Construção Civil, Vestuário, Metalmecânico e Gráfica. O início, o turno e a carga horária variam de acordo com o curso escolhido. No Noroeste, as aulas serão ministradas na unidade de Itaperuna, e no Norte Fluminense, na unidade de Campos. Edson Melo, gerente de Educação Profissional da Firjan SENAI, explica que as vagas são voltadas para trabalhadores da indústria e seus dependentes, desempregados que já tenham atuado na indústria e público em geral. “O objetivo da parceria Firjan SENAI e sindicatos é preparar profissionais para atender a demanda de capacitação da indústria e do mercado de trabalho”, destaca. Os cursos de qualificação profissional propiciam o desenvolvimento de competências e a formação do perfil profissional de jovens e adultos. Já os de aperfeiçoamento são voltados para a atualização de pessoas com experiência profissional na área. Firjan SENAI Campos: – Sindicato Das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico de Campos (Sindmec): Uma turma com 20 vagas. Previsão de início em 8 de agosto. Curso: Mecânico de manutenção. – Sindicato do Vestuário do Norte Fluminense (Sindvest NF): Uma turma com 20 vagas. Previsão de início em 14 de setembro. Curso: Costureiro industrial do vestuário. Firjan SENAI Itaperuna: – Sindicato da Construção Civil do Noroeste Fluminense (Sinduscon NO): Uma turma com 20 vagas. Previsão de início em 19 de setembro. Curso: Eletricista Industrial. – Sindicato das Indústrias Gráficas do Noroeste Fuminense (Sindgraf NO): Duas turmas com 20 e 16 vagas. Previsão de início em 25 de julho e 14 de setembro. Curso: Manutenção básica de impressoras Offset e Desenvolvedor de Aplicativos. – Sindicato Metal Mecânico do Noroeste Fluminense (Sindmetal NO): Uma turma com 20 vagas. Previsão de início em 19 de setembro. Curso: Instalação de sistemas de comandos elétricos industriais. Programa de Qualificação Setorial O edital, com a relação completa de oportunidades, o nome dos sindicatos responsável por cada curso, e os critérios para participação, está disponível em https://firjansenai.com.br/qualificacaosetorial . As inscrições devem ser realizadas diretamente na unidade onde o curso será ministrado, porém, o candidato deve primeiro buscar uma carta de encaminhamento no sindicato responsável pela oportunidade escolhida. O endereço das unidades pode ser encontrado também no site da Firjan SENAI, no link https://firjansenai.com.br/cursorio/o-senai-rio/unidades. Mais informações podem ser obtidas pelo 0800 0231 231. 

Patrulha Rural: novo programa da PM é lançado no Norte Fluminense

O novo programa de segurança pública “Patrulha Rural – Protetores do Campo” foi lançado nesta semana na Praça Três Poderes, no Centro do município de São Francisco de Itabapoana. O objetivo programa é reforçar a segurança no meio rural, através de uma rede de proteção integrando os batalhões que atendem as áreas do interior do Estado do Rio de Janeiro, grandes e pequenos proprietários rurais e a população local. Além de coibir furtos e outras atividades ilícitas no campo, as equipes da Patrulha Rural atuarão também em ocorrências relacionadas a violência doméstica, homicídios, entre outras. Concebido com base no conceito de polícia de proximidade, o programa Patrulha Rural foi criado a partir da necessidade de reforçar a segurança no meio rural, onde o setor de agronegócio vem registrando casos crescentes de furtos de animais e equipamentos utilizados no processo produtivo, criando um clima de insegurança entre os produtores e impactando a economia local. Em São Francisco de Itabapoana, o programa passa a ser capitaneado pelo 8º BPM (Campos). Capacitados por especialistas da Coordenadoria de Assuntos Estratégicos (CAEs) da SEPM, as equipes do Patrulha Rural atuarão de forma preventiva em ações de monitoramento, por meio de uma rede de comunicação eficiente e permanente para garantir a agilidade no atendimento às ocorrências. Dessa forma, também se torna possível o planejamento estratégico das ações que se tornarem necessárias na prevenção a esta modalidade de ação criminosa. Cada propriedade cadastrada terá um código de identificação exclusivo, que será exibido em uma placa na entrada da propriedade. O programa também inclui a distribuição de uma cartilha contendo informações de segurança. O sistema de monitoramento constante permitirá o acompanhamento e avaliação do programa, visando sempre a redução dos delitos, através de comparativos entre os períodos decorridos. A região Norte Fluminense foi escolhida como projeto-piloto do novo programa por registrar o maior número de furtos no interior de propriedades rurais, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP). Durante o ano passado, a região Norte e Noroeste do estado, sob responsabilidade do 6º Comando de Policiamento de Área (CPA) registrou 53,44% das ocorrências de furtos no interior de propriedades rurais. Seguindo diretrizes de um planejamento técnico, o programa Patrulha Rural – Protetores do Campo será estendido a outras regiões do interior do estado.

MP expede recomendações para que Cardoso Moreira não use verbas dos royalties para a contratação de shows

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Itaperuna, expediu, nessa segunda-feira (27), duas recomendações para que não sejam utilizadas verbas dos royalties do petróleo para a contratação de shows para o evento “Expo Cardoso Moreira 2022”. A primeira é para que a prefeitura, além de não utilizar as verbas dos royalties, anule todos os empenhos para o pagamento de shows artísticos que foram realizados com dinheiro que venha da compensação pela exploração de petróleo e gás. O MPRJ solicitou que sejam publicadas no portal da transparência do município, no prazo de 48 horas, cópias de todos os contratos administrativos para a contratação dos shows e todas as despesas celebradas para a realização da Expo Cardoso Moreira 2022. A segunda Recomendação é destinada aos produtores dos artistas Cláudia Leitte, Luan Santana, Naiara Azevedo, Eli Soares e Thiago Martins, para que se abstenham de receber, como pagamento pelas apresentações, verbas com origem nos royalties do petróleo. Vale lembrar que, no dia 21 de junho, a 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Itaperuna instaurou um inquérito civil a partir de informações veiculadas pela imprensa de que os shows a serem realizados entre os dias 14 e 17 de julho, no Parque de Exposições, teriam custo de cerca de R$ 2 milhões aos cofres públicos. De acordo com o IC, “recentemente, o STJ proibiu que municípios pequenos realizassem gastos excessivos com shows, haja vista a situação precária em relação a vários serviços públicos e que a população sofreria consequências graves com tais despesas”. Além disso, diz trecho do IC que “o gasto previsto é incompatível com a receita da Prefeitura de Cardoso Moreira e que há deficiência nos serviços básicos prestados pelo Município, notadamente nas áreas de educação e saúde”. O Município de Cardoso Moreira e a Câmara Municipal responderam às requisições do MPRJ dizendo que foi aberto crédito suplementar no orçamento, com base em royalties do petróleo, no valor de R$ 1,3 milhão para a contratação dos shows – fato que ensejou a expedição das duas recomendações.

Ex-prefeita Carla Machado é diagnosticada com Covid-19

A ex-prefeita de São João da Barra, Carla Machado (PT), testou positivo para a Covid-19. Ela sentiu os primeiros sintomas na última semana e fez o teste que apontou o resultado positivo.  Carla está em isolamento e está bem. Ela optou por não ser vacinada contra a doença e achou que estava com problema renal. “Achei fosse problema de cálculo renal, mas graças ao bom Deus eu tive problema de cansaço e apenas dor de cabeça. Não estou sentindo mais nada”, disse. A ex-prefeita pediu demissão do cargo para disputar as eleições como candidata a deputada estadual.

Preconceito afeta produção de dados sobre LGBTI+

Reivindicação histórica do movimento de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexuais (LGBTI+), a produção de dados oficiais sobre essa população deu um passo inédito neste ano, com a divulgação da primeira contagem populacional de homossexuais e bissexuais na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Dia do Orgulho LGBTI+, comemorado nesta terça-feira (28), ativistas e pesquisadores explicam que, apesar desse avanço, a subnotificação mostra o longo caminho de luta contra os temores e estigmas que levam essas pessoas, muitas vezes, a  esconderem sua identidade.  Divulgada em maio, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) contabilizou 2,9 milhões de homossexuais e bissexuais no Brasil. Na própria apresentação dos dados, o IBGE pediu cautela ao interpretar a informação. “A gente não está afirmando que existem 2,9 milhões de homossexuais ou bissexuais no Brasil. A gente está afirmando que 2,9 milhões de homossexuais e bissexuais se sentiram confortáveis para se autoidentificar ao IBGE como tal”, disse a analista Nayara Gomes, em entrevista coletiva. O instituto apontou principalmente o estigma e o preconceito por parte da sociedade como fatores que podem fazer com que as pessoas não se sintam seguras em declarar a própria orientação sexual. O IBGE também ponderou que a falta de familiaridade da população com os termos usados na pesquisa pode ter contribuído para a subnotificação. Professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e representante do Conselho Regional de Psicologia no Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, Pedro Paulo Bicalho considera que qualquer dado produzido sobre a população LGBTI+ sempre estará sujeito à subnotificação, enquanto o contexto social incluir violências e estigmas contra a diversidade de identidades de gênero e de orientações sexuais. “Para conseguir fazer uma pesquisa em que não haja subnotificação e em que a gente consiga entender quem são, como são e como vivem todas as pessoas LGBTI+, teríamos que fazer isso em uma sociedade livre de LGBTIfobia, que não é a nossa. Acredito que não será a nossa geração, em que pesem todos os esforços e lutas sociais para que isso possa diminuir”,  afirma Bicalho. “O máximo que a gente consegue é uma pesquisa sobre pessoas que se reconhecem LGBTI+”. O pesquisador explica que esse obstáculo deve ser encarado como contexto para interpretar os dados, e não como motivo para que não sejam coletados. “Não quer dizer que não devemos continuar insistindo, só que precisa ser muito bem construído”.  O psicólogo defende que um ponto importante é estabelecer relação de confiança da pesquisa com a população LGBTI+, para que ela acredite na finalidade do estudo e no aproveitamento dos dados para produzir uma vida melhor. “Mesmo entre as pessoas que se reconhecem LGBTI+, passa por uma relação de confiança falar sobre isso, então, um tipo de pesquisa como essa precisa ser muito bem preparada. Esse Estado que chega à casa das pessoas e pergunta quem elas são precisa fazer isso de forma que essa pessoa confie e entenda para que está dando a informação. Passa também, acrescenta o pesquisador, por uma relação de confiança que não é só entre entrevistador e entrevistado, mas também em relação ao país em que se vive. Se o LGBTI+ não consegue entender que esse país tem vontade política de produzir políticas públicas sobre nós, será muito complicado”.  Visibilidade A presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, Keila Simpson, também acredita que um trabalho de treinamento das pessoas envolvidas em pesquisas como a PNS e o Censo poderia criar um clima mais acolhedor para que os entrevistados respondam sobre questões como a identidade de gênero e a sexualidade.  “O próprio IBGE pode procurar consultores e consultorias de pessoas que trabalham com o assunto, têm essa experiência e que vão ajudar a achar o melhor caminho para fazer essas perguntas”, avalia. “Um elemento importante é fazer formação, contratar pessoas com traquejo nesse universo e que possam tratar com humanidade os que vão responder à pesquisa”. Apesar dos estigmas e violências, Keila defende que há, mesmo assim, grande número de LGBTI+ disposto a responder pesquisas de órgãos oficiais para ajudar na produção de dados. “Quando a gente vê uma parada LGBTI+, as pessoas que estão ali querem visibilidade. Elas não iriam se ocultar de responder a um Censo do IBGE”.  Enquanto deu o primeiro passo para produzir dados oficiais sobre homossexuais e bissexuais, a PNS ainda deixou de fora a população transexual, já que nenhuma pergunta sobre identidade de gênero foi incluída no estudo. Sem dispor de informações oficiais em temas como trabalho, saúde e segurança pública, a Antra – Associação Nacional de Travestis e Transexuais – é uma das organizações não governamentais que se engajou na produção dos próprios dados e divulga anualmente o Dossiê de Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras. O trabalho é parecido com o realizado pelo Grupo Gay da Bahia, que produz relatórios anuais sobre casos de assassinatos de LGBTI+ noticiados pela imprensa.  “O que a Antra faz é mexer em uma temática que, se a gente não jogar luz, ela não vai existir”, afirma Keila,. Ela conta que a associação não tem recursos para contratar pesquisadores e depende de voluntários e ativistas para que o estudo possa ser lançado todo dia 29 de janeiro, quando é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Censo A falta de mais dados faz com que as demandas dessa população não sejam contempladas como poderiam, argumenta o diretor de políticas públicas da Aliança Nacional LGBTI+, Cláudio Nascimento, que esteve à frente do programa estadual Rio Sem Homofobia. “É necessário ter política focalizada para a população LGBTI+? Sabemos que sim, mas não temos dados para confirmar essa informação e garantir, nos próximos anos, um conjunto de políticas públicas que possam mudar essa realidade. É muito grave que hoje exista um apagão de dados oficiais no Brasil que interfira de maneira estratégica na produção de políticas para a comunidade LGBTI+”. Cláudio Nascimento considera que um passo importante nesse sentido teria sido a inclusão de perguntas no próximo Censo que pudessem gerar mais dados, ainda que possivelmente subnotificados. “A inclusão da população LGBTI+ no Censo vai além de saber quantos somos. É

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